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Natureza Suisgeneris da Mulher da Barca

Sexta-feira, fina chuva, velha barca... Cheiro de lixo e urina, que passa desapercebido porque a gente só quer chegar E aquela mulher tão alva, tão grisalha, de cabelos compactos e ondulados, com dedos tão delgados e frágeis E aquela mulher protegida do frio... Transportada, afagava minuciosamente cada cartão postal por escrever com a ponta dos dedos. Como fosse um acalanto permeado pela jóia antiga no dedo anelar direto, jóia de bisa-avó. E aqueles olhos opacos, rasos dágua, desejavam brilhar... Só não podiam, já avistavam a XV. E aquela mulher tão alva, forte e militar, se pôs à caminho

Chegada

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Se as tulipas não entorpecerem meu pássaro negro, não deixarei de sentir angústia e prazer ao mesmo tempo, toda vez que estiver emoldurada pelo lado de dentro Mas, de verdade, gosto de sentar ali porque tua coleção de nuvens é sempre diferente. As vezes me apraz. As vezes me corta. Será que você tem algum tipo de memória? Queria entender se você consegue armazenar histórias. Se consegue, como faz essa seleção?

Hoje eu vou tomar veneno no gargalo indo pra puta-que-me-pariu

Minhas preces pelo cuidado estão todas falidas Hoje eu não tenho nada de novo pra te contar, porque eu não quero Empapuçada de reticências e conceitos invertidos que você usa como moleta É até engraçado te olhar de fora Meu rosto adornado com gotas de madre pérola, deixa a cena Hora de respirar fundo na coxia, procurar no acervo um vinil dramático e concentrar nos ruídos É hora, é hora!!! Do espaço entre os passos tortos, de perder o pudor e mudar o verbo Não posso te ajudar a colecionar vidas alheias nem a cultuar teu próprio umbigo O jeito como você me subestima me faz sentir genial Veja você que não sabe Veja você esse não Se eu não puder poetizar todos os brilhos de íris Todos os sorrisos de olhar Todo cheiro e todo gosto Não quero É hora, é hora!!!